O amigo Pedro A. deixou-me umas questões na caixa de comentários de um outro blogue onde dou a minha contribuição. Aqui ficam as minhas respostas:
Pedro A: Manuel Alegre provou ser o melhor candidato colocado à esquerda para vencer Cavaco: Concordas? Se não, o que faz de Mário Soares o melhor e qual o papel de Alegre no resultado eleitoral do candidato apoiado por ti?
Humberto Coelho: Se se considerar, exclusivamente, o número de votos obtidos tenho de reconhecer isso. Entendo, desde sempre, que em política o julgamente do Povo, através de eleições, é soberano. No entanto, se tivermos a falar em termos de preparação necessária para ocupar o mais elevado cargo da Nação continuo a considerar que Mário Soares seria, claramente, a melhor opção depois das públicas recusas quer de Guterres quer de Vitorino em se candidatarem.
PA: Qual o espaço de Alegre no PS no pós-eleições?
HC: Já aqui escrevi recentemente, num artigo que causou uma certa polémica, aquilo que temia que fosse o cenário pós-eleições. Alegre, se bem o conheço, vai tentar fazer valer esse um milhão de votos e vai tentar convencer o interior do PS que é isso que ele vale, com todas as implicações que isso terá. Sócrates, ou muito me engano, ou não irá na sua conversa. Acabará por se criar uma tensão crescente entre os dois e por isso manifestei-me a favor de um congresso, o mais breve possível, para clarificar a situação.
PA: O denominado movimento de cidadania iniciado pelo deputado poeta pode, ou não, trazer benifícios para o partido?
HC: Alegre é deputado e dirigente nacional- "aparelhista nacional" como alguns designam- do PS há 30 anos. Só agora é que se lembrou de dar poder aos cidadãos? Como é evidente as declarações negativas feitas pela maioria dos representantes desse movimento, salvo raras excepções, ao líder do PS não auguram nada de bom. Não deixa de ser curioso, por exemplo, se nos questionarmos a razão pela qual é que a grande maioria dos membros desse "movimento" são funcionários públicos.
Se os adeptos activos desse "movimento" estivessem interessados em contribuir para o PS teriam participado nas eleições autárquicas. Mas, nessa altura, estavam mais interessados em resolver outras coisas do que a dar o seu contributo para a vitória do PS. Agora, apareceram com todo o tempo do mundo. Não entendo a política dessa forma.
PA: Alegre devia prescindir do seu posto de deputado socialista na AR?
HC: Alegre foi na lista de deputados na quota do secretário-geral, Eng. José Sócrates, e por exigência deste junto da estrutura distrital de Lisboa, como é público. Em conclusão, é a Sócrates, e só a ele, que deve ser feita essa pergunta.
PA: Apoiarias Alegre (e aqui vem o sarcasmo do Avelino F Torres que, acredito, compreendeste mas, simplesmentes, voltaste a fugir à questão) caso fosse o candidato apoiado pelo PS?
HC: Mário Soares disse que apoiaria incondicionalmente Manuel Alegre se este último fosse o candidato apoiado pelo Partido Socialista, sob indicação do seu secretário-geral. Subscrevo, a 100%, as palavras de Soares.
PA: Se defendeste a realização de um Congresso Extraordinário, como observas a posição do secretário-geral do PS e primeiro-ministro ao rejeitar esta possibilidade?
HC: Em condições normais, as eleições directas do secretário-geral deverão se realizar em Setembro deste ano e o Congresso Nacional Ordinário no mês seguinte. Era importante, a meu ver, que houvesse uma clarificação. Julgo que se o Congresso fosse mais distante no tempo, que Sócrates teria avançado para a marcação de um extraordinário. Mas essa é uma conclusão meramente pessoal.
PA: Qual é o melhor palntel do futebol portugês?
HC: Quero-te dizer, antes de mais, que nada tenho a ver com o brilhante jogador de futebol Humberto Coelho.
Dito isto, e na dúvida sobre se me questionas sobre os melhores jogadores Portugueses ou os que estão a actuar no nosso país, vou pressumir que te referes à primeira hipótesse. Aqui vai:
Baía; Nélson, J. Andrade, R. Carvalho e N. Valente; Petit; Deco; Cristiano Ronaldo, Luís Figo e Simão; Pauleta.
Julgo que não me saíria muito mal com esta equipa. Desde que os intervenientes jogassem como tal e não dando valor a protagonismos pessoais em detrimento dos objectivos colectivos que são os que realmente importam. Sobre a necessidade de se jogar em equipa e em remar todos para o mesmo lado poderia dizer muitas coisas. Mas aí, teria obrigatoriamente de recomeçar a responder ao questionário.
Espero te ter conseguido esclarecer sobre o meu ponto de vista. Caso contrário, agradeço que coloques mais questões. Estarei sempre disponível para responder.
Um abraço