Salazar a vomitar a pátria
Paula Rego (1935)
É a mais conceituada artista plástica da actualidade. Inicialmente, a artista explorou uma arte narrativa em concordância com seu aprendizado inicial na Slade School de Londres. A individualidade e social permeiam sua obra.
Nos trabalhos de Paula Rego – um curto período do início da década de 60 – a dimensão narrativa é suscitada por um desejo fabulador que experimenta outras possibilidades para a figura, através do recurso à colagem, ao desenho, ao recorte e à mancha cromática.
De fato, as figuras não estão nunca constituídas, antes se agitam e revolteiam nas dobras que o gesto e as suas pulsões lhes imprimem. Narrativa e figura estão assim relacionadas através de uma tensão que forja a interacção da subjectividade individual com as condições sociais e políticas, que configuram uma face do medo, como lhe chamou a artista.
Até hoje os seus trabalhos são animados por esse fundo fabulador, que mistura estruturas culturais tradicionais e distintas, como seja o conto oral britânico com tipologias e contextos portugueses, para produzir um desvio no condicionamento implícito de ambos e revelar as expectativas dos mais íntimos segmentos da vida dos seres humanos.
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